quinta-feira, 31 de março de 2011

Só mais uma fotografia!

 
 
E me vi apaixonada. Dentro de um bar imaginário que virará futuro, com fotografia, cigarros, música boa e cervejas de marcas não populares. A prosa será poesia, futuro, filosofia, incógnitas ou música, uma conversa de mesa de bar tão leve que não acontecerá, imaginação de uma rua tão verdadeira quanto meus planos, quem sabe um dia.
Mas essa onda que invade é passageira, sou totalmente mutável e previsível. A música me guia e consigo ser eu e mais mil, mas não perco minha essência, parece ser clichê e ao mesmo tempo confuso. É o encontro da realidade com o mundo fantasioso que construo antes de dormir, as conversas comigo mesma e a vontade insana, louca e desgovernada de mostrar isso ao mundo, de ganhar uma oportunidade de estar no lugar exato, de transformar imaginação em realidade num piscar de olhos.
Ser singela, simples e adorável, circular ruas de nomes desconhecidos, ter uma trilha sonora tão absurda, indie e underground que você escutará que eu verei surpresa nos seus olhos, mesmo fechados curtindo um som. Ter um figurino tão absurdo que me sentirei Cyd Charisse e outras garotas das fotos, não de revistas, só desconhecidas que se tornam fascinantes por aí, vagando com olhos vazios e suas possíveis dores traduzidas em posts, canções e declarações, ou só pensamentos, aquelas que você olha e pensa baixinho, escondendo para se mesmo: 'eu quero viver isso'. Um isso inexplicável, que só você entende.
Fingir indiferença ao parar em um pub lotado, pedir um café e acender um cigarro. Querer todos esses momentos fotografados por lentes escondidas e balançar com o vento, ser destemida e ter o passo firme. Ser estrela de cinema alternativo sem propósito de ganhar Oscar, ouvir ensaios de bandas que não esperam fãs histéricas ou grandes turnês, apenas caras que procuram a batida perfeita, que tocam por prazer e deleitam os ouvintes sem nomes e aplausos, mas que sabem que agradam do outro lado do mundo.
E que palavras mais da boca para fora, soam tão utópicas que dentro disso também se esconde a senhorita futilidade, não consumista, mas louca para comprar algo mágico e que possa chamar de seu, tão pop quanto as músicas que tocam no rádio e no Hot 100 da Billboard, tão real quanto seus sonhos citados acima. Viver é isso, baforadas de cigarro que se perdem no ar, é estar no limite e ainda se sentir vazio, absurdamente louco. Aprenda, não tente explicar, entender ou construir uma lógica nisso tudo. Apenas me siga, para alguns metros do inferno ou paraíso, você decide para onde ir e qual deseja encontrar.

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