segunda-feira, 8 de abril de 2013

Da saudade que sinto.

Acho engraçado e até meio improvável o fato das outras línguas não terem uma palavra equivalente a saudade. Porque dizer que sente falta não chega nem perto de sentir saudade. “I miss you” ; “Te extraño”; “Me manque” nada disso é tão forte como sentir saudade.
Não sei se conseguiria conviver com o fato de falar uma língua onde saudade não existisse. Quer dizer, por mais que na grande maioria das vezes a gente não goste de sentir saudade, ela é um dos sentimentos mais bonitos e únicos que existem no mundo.
Eu nunca conheci uma pessoa que tivesse saudade de algo ruim. Porque você só sente saudade de coisas boas, de bons momentos, de pessoas boas.
O  que eu acho injusto é saudade levar fama de sentimento desprezado. De fato, para sentir saudade de alguma coisa, essa coisa precisa ter terminado. Para sentir saudade de alguma pessoa, essa pessoa precisa estar longe ou não estar mais aqui. Para sentir saudade de um momento é preciso que tenha passado um tempo sem viver um momento como aquele.
A saudade é singular. Tudo perto dela perde a importância. O tempo perto dela perde a importância. Ela chega em algumas horas, alguns dias, algumas semanas, alguns meses, alguns anos, algumas décadas, mas chega.
É fácil distinguir “sentir falta” de saudade. Saudade dura. O tempo passa e ela continua lá. É esse o mistério da saudade. Ela nunca acaba, porque nenhum momento é igual a outro e nenhuma pessoa é igual o tempo todo.
Me sinto humana quando sinto saudade. Mais do que isso, me sinto especial por sentir saudade. Me sinto feliz por sentir saudade até quando ela me deixa triste. Porque quanto mais saudade eu tenho, significa que mais feliz eu fui.
E quem foi feliz um dia, pode ser feliz pra sempre.

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