quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Antes de mais nada, quero deixar claro as minhas inúmeras tentativas de começar essa carta. Escrevi e
(re)escrevi vários começos, maneiras e jeitos de chegar até você . Não foi fácil criar coragem e vir até aqui. Talvez porque tenho expressado meus sentimentos de uma outra forma, procurando abafá-los na tentativa de assim se tornar  mais fácil. Mas chega uma hora que tudo cansa, desgasta. Já não suporto mais guardar tudo aqui dentro de mim e sei que preciso dividir com você, que precisamos conversar. 
Ganhei um livro de um empresário maravilhoso, o qual dava algumas palestras na cidade vizinha. Chama-se Atitudes de Resultado, e lá eu encontrei um trecho que dizia assim ''quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.'' 
Não quero acreditar que nossos corações se afastaram ao ponto de não encontrarem esse caminho e  a distancia se tornou tão grande que você já não consegue me decifrar apenas com meu olhar e  com meus gestos quando estou triste. Que nenhum de nós temos interesse em conversarmos com o outro que suas palavras já não causam efeito algum sobre mim. Onde foram parar todas as nossas conversas ? Você costumava me ajudar tanto! Me ouvir tanto! 
Mas eu não desisti de nós dois, não desisti daquela relação que tínhamos. Se for preciso sentar todas as noites ao seu lado, mesmo que seja apenas para ficar do seu lado em meio ao silencio, ao vazio, eu fico. Fico deitada no seu colo assistindo programas de TV diários, aqueles, que você odeia, fazendo os mesmos comentários de sempre a respeito de como fulana canta bem ou como ciclano foi mal. Eu fico assim, fico do seu lado. Mesmo se for pra conversar sobre tudo, ou até mesmo nada, nada mais.
Já perdi tanta coisa desde que vim pra cá, natural perder mais uma. 

De tantas mil maneiras que eu posso ser... (:





Quando era pequena, descia a vereda da minha casa que me levava até o rio e pegava caramujo. Junto com ele , um bocado de folhas, gravetos e comida. Guardava num pote e levava pra casa. Cuidava deles onde quer que fosse, observava seus longos passos, dava nomes  e fazia um pequeno furo na tampa porque tinha medo de que  não conseguissem respirar. Mas que belo egoísmo, um mundo lá fora e caramujos presos num pote com um furo na tampa, pois era tudo que tinham, um pequeno orifício na tampa.
Até que numa manhã, lembro que ao acordar e ao olhá-los como de costume, estavam mortos. E foi assim, com caramujos, formigas, borboletas, joaninhas, vaga lumes, principalmente estes, nunca se escapavam de mim, vagalumes era um mérito, e todas as vezes tudo que os dava era o mesmo furinho na tampa.
Mas quando se é criança, tudo é muito fácil , a inocência é muito grande. Deixa-los sob os meus cuidados era muito mais seguro do que soltá-los no mundo lá fora, tinha amor e proteção pelos bixinhos embora  jamais compreendi a morte de cada um. 
E agora, depois de tanto tempo, o exemplo dos insetos me fez entender o que é liberdade, mesmo que com pessoas, não chegou a mudar tanto. Liberdade é dar chances a aqueles que você ama estarem ao seu lado porque querem e não porque estão presos em um pote.Porque escolhi  deixar a tampa aberta para  irem , mas também os dou motivos para voltarem. É saber dá espaço ao outro , a chance de conhecer o mundo e conhecer a si mesmo. É saber diferenciar estar ao lado e acorrentar-se a alma. É poder abrir mão mesmo que o coração implore para que não o faça. É saber guardar o passado, dar tempo ao tempo no agora e ser mais otimista com o futuro. Tudo ficará bem, desde que queira assim. E como dizia Brenna Braz, essa eterna e na minha opinião, gloriosa idealização feminina,liberdade é poder ir, mas querer ficar...
 
 
 
"Dê a quem você ama : 
asas pra voar, raízes pra voltar e motivos para ficar.''

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A.me.dron.ta.da

Penso em ti e me vem tantos sentimentos que me perco. Algumas vezes sinto vontade de ficar, mas fujo, pois sou covarde.Depois eu volto e fico, pois sou corajosa. Não quero escapar dessa emboscada que você é. Quero que você entre nessa cilada que sou. Tenho medo, preciso de colo, por favor, me ajude a acreditar que tenho o teu. Você fala dos meus olhos grande e da minha boca rosada, me intimida com tanta doçura e amor. Será que mereço ? - Penso todas as noites antes de dormir. Contigo eu consigo seu EU. Eu desastrada, eu menina carente, eu louca, eu audaciosa, eu lasciva, eu sentimental, eu ciumenta, eu emburrada, eu tão tua, TUA! Inteira e pálida e nua. Me mostro e recuo. Será que mereço? - Penso cada vez que você mostra teu amor por mim. Eu e meus defeitos. Eu e minhas qualidades. Eu e meus devaneios. Eu e minhas paranóias. Não desista de mim. Não me abandone. Por favor, fique. Permaneça. Dure. Eu quero, preciso e desejo.